Em reportagem de capa a principal revista de economia do mundo, * The Economist, foi categórica: “O Brasil decola”.
A britânica garante que a escolha do Rio para as Olimpíadas de 2016 carimbou o ingresso do nosso País no cenário das principais economias mundiais.
Afirma que, até 2024, seremos a quinta economia mundial. Diz que somos democráticos, que aqui não há conflitos religiosos nem étnicos, e muito menos vizinhos hostis, como em tantos países invejosos que há por aí, mundo afora. Por isso, apostam em nosso sucesso.
Porém, a renomada publicação alerta para algumas de nossas fraquezas. Expõe os gastos absurdos do governo, os índices irrelevantes de investimentos, os problemas com educação e infraestrutura, a violência e a corrupção. É óbvio que não usa os adjetivos popularmente conhecidos por nós, brasileiros.
Afina, o Brasil decola?
E por que não? Assim que nós, mortais, pagadores de impostos, deixarmos de ignorar a realidade que nos faz transitar em meio a tiroteios, desviando de cadáveres abandonados em carrinhos de supermercado, convivendo com o lixo jogado em represas, rios e nas ruas, já que metade da nossa gente não tem acesso à rede de esgoto.
Decola de verdade?
É claro! Basta que o usuário do Sistema de Saúde Pública sonhe que é ministro num consultório 5 estrelas, enquanto se escora numa parede até despencar num chão imundo, de um hospital cujo padrão é igualmente imundo para, então, se entregar a um previsível e ordinário óbito.
Finalizo com a pergunta: o Brasil, realmente decola?
Lógico! Afinal de contas, as escolas invadidas pela falta de política eduacional, por brasileiros atordoados, sem cidadania e respeito, com a droga imperando, soberana, administrada por ladrões e traficantes, são apenas “casos pontuais”, como insistem as autoridades ao afirmarem que tudo não passa de versões exageradas, irrelevantes num País com tamanha seriedade.
Com fama de celebridade internacional, diz o piloto da nave: – nunca antes na história deste País, vimos o Brasil decolar!
Brasileiras e brasileiros, atenção: apertem o cinto, perigo à vista.
* The Economist – Brazil takes off – O Brasil decola – 12 de novembro de 2009