Texto de autoria da Profa. Loretana Paolieri Pancerva-vice-presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP)-
O cartório de Valinhos, lá pelos idos de 1910, registrou um tal João Rubinato. Ninguém neste mundo, nem mesmo naquela cidadezinha interiorana, tomou conhecimento.
Entretanto, em 2010 – rendemos merecidas homenagens ao centenário deste filho de imigrantes italianos que se destacou como um dos mais criativos e versáteis artistas brasileiros do século XX, conhecido como Adoniran Barbosa – Charutinho -para os íntimos.
Sua voz rouca, inconfundível, falava a língua que o povo conhecia. Em se tratando da pauliceia, só podia dar certo. E deu.
Adoniran Barbosa foi mestre na arte da comunicação. Foi – e ainda é – um imenso sucesso.
São Paulo nos anos 50 e 60 passava por um grande processo de industrialização e urbanização atraindo o trabalho de muitos imigrantes de todas as partes dos mundo – sobretudo os do nordeste do País.
Soube como ninguém, cantar a periferia da cidade – as dificuldades da classe operária, a simplicidade e as alegrias do coração da massa popular.
E assim, com o seu suor misturado ao do dia a dia do povo paulistano, foi cantor, humorista, ator e compositor. Um talento de prestígio nacional.
Adoniran Barbosa é a tradicional voz da nossa gente. A força da expressiva cultura popular brasileira. Um imortal, especialmente para nós, paulistas.